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Programa da UFPR prepara alunos do ensino básico para Olimpíadas de Matemática

Se você não gosta de matemática, pode achar estranho que alguém levante cedo todos os sábados para ter aulas da disciplina. Mas isso não intimida os cerca de 250 alunos do ensino fundamental e médio que frequentam o Programa de Formação em Matemática Olímpica (POTI/TOPMAT) da UFPR. Eles foram selecionados em um processo concorrido e veem no programa uma oportunidade de aprender mais do que a escola regular ensina e, em muitos casos, de perder o medo da matemática.

O POTI – que este ano iniciou as atividades em março – tem foco na preparação, de forma gratuita, para olimpíadas e competições de matemática – com destaque para a Olimpíada Paranaense de Matemática (OPRM), também organizada anualmente pela UFPR.

“Tem muita coisa que a gente ensina aqui que eles não veem na escola”, é o que conta Mahmut Telles, aluno do Bacharelado em Matemática na UFPR e coordenador do Nível 3 do POTI/TOPMAT. As aulas, ministradas por alunos de graduação e pós-graduação dos cursos de exatas, têm foco na parte prática e na resolução de desafios que despertem o interesse pela matemática.

O programa é apenas um dos 58 Polos Olímpicos de Treinamento Intensivo (POTI), iniciativa do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), distribuídos por 21 estados brasileiros e também no Distrito Federal.

Além das aulas, outras atividades também são desenvolvidas, como seminários e jogos e a Maratona Matemática, tradição anual em que os alunos se divertem ao mesmo tempo que resolvem desafios matemáticos. “É muito legal dar aula aqui porque realmente a galera gosta de matemática; eles mesmos criam problemas e jogam pra gente resolver”, relata Fernanda de Oliveira, aluna do Bacharelado em Matemática na UFPR e coordenadora do Nível 2.

Os alunos

No POTI, os alunos são divididos em três níveis, conforme o grau de escolaridade. A turma do nível 1 é composta por alunos do 6° ou 7° ano do Ensino Fundamental; a do nível 2, por alunos do 8° ou 9° ano do Ensino Fundamental, e a do nível 3, por alunos de qualquer ano do Ensino Médio.

Gustavo Moreschi, de 11 anos e no 7° ano do Ensino Fundamental, tem a matemática como matéria preferida e quer ser astrofísico no futuro. Participando do POTI pela segunda vez, ele comenta que as aulas o ajudam bastante. “Tem várias questões que eu não saberia responder e gosto muito de perguntar, até coisas que às vezes não tem nada a ver com aula”, brinca.

Também no POTI pela segunda vez, Lucas Yukio, de 14 anos e aluno do 9° ano do Ensino Fundamental, tem interesse pelas exatas e conta que quer cursar engenharia. Ele já participou de diversas competições de matemática, como Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), a Liga de Matemática (LigMat), a Olimpíada de Matemática da Unicamp (OMU) e a Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) – e foi classificado em 1° lugar na OPRM do ano passado.

E até mesmo para quem não pretende seguir carreira na área de exatas, participar do POTI é uma experiência rica. Sócrates Souto, de 17 anos e aluno do 3° do Ensino Médio, ressalta que participar das aulas deu a ele uma base muito boa para seguir em qualquer área. “A matemática é relacionada com todas as áreas do conhecimento, a ciência é muito interdisciplinar”, completa.

Há oito anos despertando o interesse pela matemática

Na UFPR, o polo foi criado em 2016, por iniciativa de alunos e professores, e tem um diferencial em relação aos demais polos nacionais: um material didático próprio, desenvolvido pelos estudantes da graduação e da pós-graduação, e revisado pelos professores.

Tem até ex-aluno que hoje é estudante da UFPR e professor do POTI. É o caso de Pedro Laguna e Felipe Kiotheka, ambos alunos de Matemática que já passaram pelo projeto antes da universidade. “No ensino médio eu entrei no POTI porque eu queria saber mais sobre matemática”, afirma Felipe, que estava em dúvida entre dois cursos no vestibular e acabou optando pela Matemática.

Eles falam também sobre como a experiência de ter sido aluno os ajuda na hora de preparar as aulas e se colocar no lugar de quem hoje está na sala de aula. “Quando eu vejo alguém que tem as mesmas dificuldades que eu tinha é muito mais fácil de ajudar”, comenta Felipe.

Desmistificando o medo da matemática

“O pessoal costuma olhar as exatas como as ‘vilãs do ensino médio’”, brinca Mahmut. Os professores afirmam que alguns alunos chegam com dificuldades já enraizadas com a matemática, mas as dinâmicas — diferentes do que eles estão acostumados a ver na escola — sempre fazem com que essa resistência diminua. “Depois do primeiro ano  aqui eles começam a ter uma visão diferente, a se desafiar mais”, relata Fernanda.

Para os alunos, o sentimento é semelhante. Enquanto o começo pode parecer o mais difícil, são os erros que fazem com que eles aprendam cada vez mais. “Cada um tem um jeito diferente de aprender, mas depois que você entende fica fácil”, comenta Gustavo. Já Sócrates apresenta uma visão um pouco diferente: “A matemática sempre pode parecer muito amedrontadora, até pra quem está há mais de 40 anos na área, mas aos poucos você vai ficando mais confortável”.

Como participar do POTI?

Há três formas de seleção para ingressar no POTI:

  • Via prova de seleção, que aborda conteúdos matemáticos contidos no currículo escolar;
  • Alunos que foram premiados com medalha de ouro, prata ou bronze na

Olimpíada Paranaense de Matemática têm vaga direta para o ano seguinte;

  • Os alunos que receberam o Certificado de Conclusão com Aprovação/Aproveitamento do POTI no ano anterior têm vaga direta para o ano seguinte.

Para informações, datas e editais acesse: http://www.poti.ufpr.br 

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